História mágica do Bloco do Xu resiste a quatro décadas

Bloco do Xu completa 41 anos
Bloco do Xu durante participação em antigos carnavais de Amparo

Movimento carnavalesco é um dos mais tradicionais do Circuito das Águas Paulista sem nunca ter deixado de participar do Carnaval de Amparo; novo encontro com o público será no sábado

E se você parasse para pensar no que fez ou deixou de fazer nos últimos 41 anos? É tempo, hein! Poderíamos cravar, sem deixar rastro de dúvidas, que são anos que consomem pelo menos metade de uma vida. Até mais, diriam outros.

Amparo - Bloco do Xu
Bloco do Xu e seus Chacrinhas

Certamente você lembraria dos momentos mais importantes: aventuras com os amigos de infância, adolescência e companheiros de escola, amores dissolvidos pelo destino, do casamento, nascimento dos filhos, viagens e de alguns, ou muitos, percalços e surpresas que a vida traz. Mesmo assim, lapsos da memória deixaria muita coisa para trás.

No instante em que pisar no Circuito Vem Que Tem, exatamente às 19h de sábado (25), com concentração no Jardim Público de Amparo, a grande família que forma o Bloco do Xu exibirá ao público 41 anos do movimento carnavalesco.

Um lampejo, que ganhou raiz e virou tradição. Uma ideia, até então inocente, de um grupo de adolescentes na sala de aula do Coriolano Burgos. Se aprofundarmos na história dos carnavais do Brasil, exceções de blocos existentes em grandes centros do País, poucos se mantém na ativa interruptamente por tanto tempo.

O Circuito das Águas Paulista tem que se orgulhar do Bloco do Xu, que mesmo diante das “revoluções” e crises econômicas, políticas e sociais durante quatro décadas, nunca deixou seus seguidores órfãos da alegria do Carnaval, nem por um único ano. No ano 2000, por exemplo, Amparo, a Capital Histórica do Circuito das Águas, abdicou da folia de rua e de salão, mas o Xu estava na rua para não permitir que a data passe em branco.

No ano passado, Nivaldo José Caliman mergulhou no passado e resgatou das profundezas destes 41 anos a essência da história do Bloco do Xu. Descreveu com precisão nas páginas do Jornal A Tribuna de Amparo, em 2016, ocasião do aniversário dos 40 anos de desfiles de rua, o caminho trilhado do movimento despretensioso, que hoje é símbolo do Carnaval de Amparo.

No relato de Caliman há pontos que nos remete a história de pessoas que viveram a época, independente da cidade ou Estado. A história do Xu é minha história, é sua história.

Caliman conta não haver significado Xu e que até hoje não significa nada.  Nem mesmo o criador, o então aluno Fernando Cazotto, sabe explicar de onde surgiu o termo.

Nome que acabou consagrado, mesmo sem intenção, pela professora da classe, Lilian Canhoni, que ao chamar a atenção do fundão, usou a frase: “Esta turma do Xu, poderia fazer silêncio”? Pronto. Estava batizado o movimento, que em 1976, ainda nos tempos de Ditadura, iniciou sua jornada.

O então grito de guerra ou de farra, transformou palavras, algo como churrasco em “xurrasco”, nome de time de futebol de salão até chegar ao Carnaval como “Turma do Xu”, formada por sete adolescentes fantasiados de árabe, sem dinheiro, sem organização, sem qualquer planejamento.

Eduardo José Ferraroti, José Antônio Pínola, Paulo Roberto Pínola, Luís Carlos Martins Grunwald, Luís Fernando Ribeiro Nunes, Cubano Gerbi Corsetti e José Antônio Gançalves, o Grilo, não sabiam, mas começariam uma rica história carnavalesca.

Os garotos, entre 15 e 16 anos, cresceram, ficaram maduros e hoje veem filhos e até netos nos desfiles. Tudo pela tradição do Xu, que não repete fantasias e não tem fins lucrativos.

Carnaval Amparo
Soldados romanos do Bloco do Xu também já desfilaram pelo Carnaval de Amparo; este ano bloco completa 41 anos de muita alegria

É muito fácil fazer parte desta família, que já passa de mil foliões. Basta comprar a fantasia, que os próprios voluntários confeccionam, como dona Maria Maururo, Wanda, Celso-Keson, Marceção Gerbi, Luciana e Juninho. Outras regras são gostar de Carnaval e levar muita alegria às ruas.

Então, neste sábado (25), todos os caminhos levam ao Jardim Público de Amparo e como diz a letra do famoso samba-enredo da Mangueira, “atrás do Bloco do Xu só não vai, quem já morreu”.

 

 

 

Respostas de 2

  1. Olá boa tarde,

    Meu nome é Luiz, sou de SP e agora estou morando em Jaguariúna.
    Ontem acompanhei o desfile do bloco de voces e fiquei apaixonado.
    Uma história muito bonita e gostaria de saber se é possível fazer parte.do.grupokpara desfilar no proximo ano 2025.
    Vou deixar aqui meu contato, se for possível participar eu e minha esposa gostaria muito.
    Cel. 19 99201 4337
    Parabéns a todos……

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