Guilherme Arantes fala ao Rota antes de visitar Amparo

Guilherme Arantes em Amparo
Guilherme Arantes apresenta o Show Flores e Cores em Amparo Foto: Vânia Toledo

No exato instante em que o cantor e compositor Guilherme Arantes subir ao palco, o público que estiver na Praça Pádua Salles, no Centro da estância de Amparo, na noite de domingo (22), vai mergulhar em uma viagem ao passado. As pessoas vão resgatar na memória as lembranças que um dia foram embaladas por grandes sucessos do artista.

O cantor vem ao Circuito das Águas Paulista como atração do 5º Movimento Você e a Paz, idealizado por Divaldo Pereira Franco. A programação prevê uma série de atividades, como uma caminhada a partir das 9h, durante o dia todo na praça localizada no coração de Amparo. O show marca o encerramento em grande estilo do evento, que é totalmente gratuito.

A carreira de Arantes pode ser definida como vitoriosa. Sua trajetória acumula clássicos que entraram para a história em festivais, como temas de novela e também voz de dezenas de outros interpretes da música brasileira. Pouca gente sabe, mas Guilherme Arantes é apontado como um dos responsáveis pelo fenômeno New Wave no Brasil. Em 1981, a música “Perdidos na Selva” é considerada como a primeira o gênero no País.

O cantor, nascido em julho de 1963, é natural de São Paulo e foi criado no Bairro de Santo Amaro. Filho do meio de pai médico e mãe bibliotecária, o artista tem duas irmãs Ana Cristina e Heloísa. É pai de cinco filhos. Marietta a primogênita, o acompanha desde o CD “Condição Humana” e participa no vocal também do seu último lançamento.

Guilherme Arantes começou a carreira com a Banda Moto Perpétua, que misturava rock progressivo com MPB.  Mas foi em meados de 1976, após se lançar como cantor solo que percebeu a transformação chegar: “O Otávio Augusto, o Guto Graça Mello e o João Araújo resolveram me lançar como tema da novela das 7 (Anjo Mau, da Globo), e aí sim começaria de verdade a minha história”, diz.

Dono de uma voz inconfundível, sempre acompanhada pelo piano, instrumento que toca com maestria, Arantes coleciona ao longo da carreira de 41 anos inúmeros feitos. O recorde de arrecadação de direitos autorais em 1980, após emplacar 12 músicas em primeiro lugar nas paradas de sucesso é apenas um deles.

Sua história de conquistas foi imortalizada pela Revista Rolling Stone Brasil que o elegeu como um dos 100 maiores artistas da música brasileira e ainda classificou o sucesso “Meu Mundo e Nada Mais” como uma das 100 maiores composições nacionais de todos os tempos.

Guilherme Arantes mostra em Amparo, no domingo, seu mais novo trabalho “Flores e Cores”.  Ele ainda deve presentear os fãs com os clássicos de carreira. Na sexta-feira (20), antes da viagem para o Circuito das Águas Paulista, o cantor reservou um tempo para conversar com o Rota das Águas.

Rota das Águas – Na apresentação do seu 27º álbum, Flores & Cores, você o descreve como um recomeço e ao mesmo tempo resgata algumas canções inacabadas dos anos 70. Podemos dizer que é um resgate ao Guilherme que estudava piano com Dona Joanita e tirava Haendel de ouvido?

Guilherme Arantes  Mais Mais ou menos… Na verdade, o período dessas canções inacabadas é o inicio da década de 70… Bem posterior, portanto, à infância, é o final da adolescência, cursinho e entrada na faculdade.

Seu novo trabalho, Flores & Cores, tem uma parceria no vocal com sua filha Marietta. Ela também o acompanha em shows?

Guilherme Arantes – Sim. A Marietta faz parte do coro, desde o disco “Condição Humana“. Desta vez, reforçamos os vocais femininos com arranjos a 4 vozes.

A forma com que as pessoas ouvem música e conhecem o repertório de um artista é diferente hoje. Como foi para você passar por várias formas de  mostrar seu trabalho ao público durante os 41 anos de profissão?

Guilherme Arantes – Tem sido um exercício de sobrevivência, resistir a várias camadas de formatos, de inovações tecnológicas, de novos meios e suportes, mas acho que somos, os “antigos” como eu, privilegiados porque nos tornamos clássicos, num tempo em que tudo é progressivamente mais e mais efêmero e superficial.

Você lançou um  CD com solos de piano e já se apresentou no Steinway Hall, em Nova York. O passeio pela música mais intimista e instrumental foi pontual ou podemos esperar mais CDs assim?

Guilherme Arantes –  Por hora não, acabamos de lançar um disco novo, que é ambicioso e deverá demandar um trabalho resiliente, duradouro, ao menos durante o próximo ano…

A sua trajetória musical é muito rica e pautada por sucessos e ideias empreendedoras, como anda o Instituto Planeta Água?

Guilherme Arantes – Estamos em compasso de “hibernação” no momento, em termos de ações sociais. O País passa por um compasso de espera porque tudo gira em torno da política. Mas estamos reiniciando um diálogo com a Prefeitura de Camaçari, planejando novas ações. Este ano, apenas tomando conta da área nos manguezais já é uma atividade válida de preservação.

Você já se apresentou no Circuito das Águas Paulista…

Guilherme Arantes –  Me lembro de ter feito shows em todas as cidades desse Circuito. É uma região muito prioritária e importante na minha carreira…

E como é voltar a Amparo no domingo?

Guilherme Arantes –  Ah, vai ser lindo. Com a banda, o show cresce bastante, então o público vai adorar ! Vamos arrebentar !

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